Título: O homem de giz
Título original: The chalk man
Autor (a): C. J. Tudor
Editora Intrínseca, 2018
Classificação: ★★★★

O homem de giz foi o primeiro livro de terror que eu li em toda minha vida e queria dizer que: eu gostei muito. Não vou mentir.

“Nenhum de nós chegou a um acordo sobre quando de fato tudo começou. Foi quando começamos a desenhar figuras de giz ou quando elas apareceram do nada? (…)”

C.J. TUDOR

A história é contata pela visão de Eddie Adams, mostrando os acontecimentos nos anos de 1989 e 2016. Sempre pela visão dele. Tudo acontece em uma cidadezinha pequena onde Eddie e seus amigos passam boa parte do tempo andando de bicicleta e brincando nos parquinhos da cidade. Eles são um total de 5: Hoppo (David Hopkins), Gav Gordo, Mickey Metal (Mickey Cooper) e Nicky, a única menina entre os 4. Sempre estavam juntos nas suas aventuras pela cidade e apesar de terem vários conflitos entre eles, eram uma gangue e estavam juntos. Em um dos aniversários do Gav Gordo, ele ganhou um balde de giz. Com isso, Eddie teve uma ideia de criarem códigos que apenas eles entendiam. Eram feitos com homens palito e outros desenhos que indicassem lugares e palavras.

Um dia, esses desenhos os levam até um bosque onde eles encontram um corpo de uma garota desmembrado. Em cada árvore indicava onde estava cada parte, porém, apenas uma parte não estava ali: a cabeça da garota. Depois desse assassinato, nada foi igual na pequena cidade e muito menos entre os garotos. Em 2016, Eddie ainda tenta esquecer as coisas do passado que continuam o assombrando. O caso do assassinato nunca foi concluído e as pessoas nunca descobriram quem tinha matado a garota do corpo encontrado no bosque. Um dia, Eddie recebe uma carta com um desenho de um homem palito enforcado e um pedaço de giz, com isso tudo volta à tona juntamente com a volta de seu amigo Mickey a cidade.

Muitos fantasmas do passado voltam e Eddie começa a ficar cada vez mais perturbado com tudo voltando a acontecer. Então, aos poucos ele começa a fazer investigações. O livro muda de forma incrível entre o passado e o presente, dando dicas ao leitor e mostrando de onde vêm cada parte do quebra cabeça que é apresentado por ele. Eu tinha visto muitas pessoas falando muito bem da história e apesar de não gostar muito de livros de terror, fiquei bastante curiosa para saber o que esse tinha para estar sendo elogiado. Não me arrependi, não mesmo. Primeiro, que o livro em si é lindo! Tem capa dura e a borda das páginas é preta. Mas a história é bem estruturada e aos poucos vai revelando os mistérios que são apresentados no começo. Eu precisei parar de ler em alguns momentos, para absorver algumas cenas que são realmente pesadas e perturbadoras, mas com toda certeza fizeram toda a diferença ao serem incorporadas na história. Acaba sendo aquela coisa de “Para tudo se tem um motivo.” Ou o famoso karma.

Com personagens bem estruturas, uma história bem próxima a realidade de vidas normais, o livro trás uma narrativa de mistério e assassinato, pessoas que têm vidas difíceis, assuntos como abordo e doenças mentais, fanatismo e muito mais. Um livro bastante complexo com uma temática chamativa. Foi isso que eu pensei enquanto lia o livro. Eu acredito que para algumas pessoas a história possa ser considerada fraca, ao ver que a autora tem como inspiração Stephen King, que sabemos bem que o rei das histórias de terror. Mas para um começo, a autora conseguiu trazer tudo o que eu esperava de uma história de terror.

“(…) Foi aquele acidente terrível? Ou quando encontraram o primeiro cadáver?”