[ RESENHA ] O ÚLTIMO JURADO – JOHN GRISHAM

Título original: The last juror
Autor (a): John Grisham 
Editora Rocco, 2004
Classificação: ★★★

   O último jurado não é bem o estilo de livro que eu estava acostumada a ler e talvez seja por ainda não ter muita ligação com o tipo de escrita e história, que eu dei uma classificação baixa. Não é porque é ruim. A história é até interessante, sobre assassinato e o julgamento do culpado, investigação e como um pequeno jornal de uma cidade ainda menor teve seu crescimento em cima desse acontecimento.


   Quando eu li a sinopse do livro, imaginei que teria muita investigação e cenas como a que vemos em séries de TV como CSI, por exemplo, que mostram todo o processo de investigação desde o primeiro suspeito até a descoberta do culpado. Mas não é bem assim. Tem sim as cenas do assassinato e do julgamento do culpado, com provas e depoimentos, foi então que eu descobri onde o foco real da história fica. O autor do livro é formado em direito, então as temáticas usadas em seus livros, são voltadas para o ramo de seu conhecimento, e esse não ficou de fora. Mas também, mostra um pouco de como a mídia geralmente reage a crimes como assassinato, como é colocado, a forma de pensar para colocar a notícia da forma mais sensacionalista possível. E gostaria de ressaltar que a história se passa entre os anos de 1970 a 1980, então, a única forma de se ter conhecimento sobre as notícias era o jornal.


   Na pequena cidade onde se passa a história, tinhas apenas um jornal que cobria não só os acontecimentos dali, mas também pegava de algumas regiões vizinhas, sendo concorrente de vários outros jornais na época pelos Estados Unidos. Como era a única fonte de notícias, claro que quando o crime aconteceu, o jornalista e também dono do The Ford County Times, teve sua primeira e grande reportagem e era tudo o que precisava para fazer o seu mais novo negócio crescer. E foi realmente o que aconteceu. O único detalhe é que o culpado pelo crime vinha de uma família que muitas outras tinham medo no condado Ford, os Padgitt. Eles eram conhecidos desde sua origem por atividades ilícitas como fabricação de uísque ilegal, roubo, contrabando, prostituição e até assassinato, porém, sempre muito unidos e cuidadosos, nenhum membro da família havia sido acusado de qualquer um desses crimes, apesar de todo mundo saber sobre as coisas que eles faziam. Irônico, porque também haviam muitos boatos de que eles subornavam os chefes de polícia por anos, será que isso teria alguma coisa a ver com o fato de nunca terem provas suficientes para condena-los?


   Como acontece em várias histórias, sempre tem aquela pessoa da família que não se encaixa em nada e estraga alguma coisa, o nome da família voltou à tona no mesmo momento do crime, trazendo várias outras suspeitas sobre as coisas que eles fazem em sua pequena ilha muito bem protegida. Para uma cidade pequena, o acontecimento gerou várias discussões e fofocas sobre os suspeitos, mas sempre em cima de tudo o que era relatado no jornal. Quando terminei de ler o livro entendi que o foco principal do livro é: mídia e a verdade sobre como funcionava o sistema leis. Essa sim é a parte interessante do livro, para quem estuda comunicação ou entende do assunto, ver como o dono jornal faz de tudo para manter as notícias sobre o crime sempre atualizadas, mas também a dificuldade de criação de conteúdo para entreter as pessoas, tem um lado interessante e de aprendizado. Para quem estuda ou estou direito, a reação da corte as provas, a forma como os advogados reagiam e tentavam de tudo para livrarem os clientes das acusações podem ser usados como estudo para conhecimento futuro, mas também mostra como a lei pode ser falha.


   Se eu recomendo esse livro? Talvez não de primeira, mas para quem busca uma leitura mais leve e tranquila, é um ótimo livro. A escrita é boa, tem personagens únicos e interessantes, histórias que até poderiam ser consideradas verdadeiras de tão cativantes que são. É um bom livro.

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